ROMÃ TEM GRANDES PROPIEDADES ANTI-OXIDANTES




Romã possui antioxidantes que protegem contra doenças degenerativas

Benefícios na casca

Pesquisadoras brasileiras descobriram que a romã tem grande potencial para atuar na prevenção do Mal de Alzheimer e outras doenças degenerativas.

Inúmeros estudos indicam que, entre pessoas que consomem frutas e verduras regularmente, é mais raro o diagnóstico de doenças degenerativas decorrentes da idade avançada.

"Isso se deve ao fato de que a quantidade de antioxidantes presentes nesses alimentos é elevada", comenta Maressa Caldeira Morzelle, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/ESALQ), autora da pesquisa.

Em seu trabalho, Maressa mostrou que a casca da fruta possui mais antioxidantes do que seu suco e sua polpa.

Acredita-se que os antioxidantes atuem na prevenção contra os radicais livres que matam as células do nosso corpo, o que pode resultar em doenças degenerativas em geral.

Com base nessa premissa, Maressa buscou alternativas que pudessem concentrar todo o extrato da casca de romã em um pó que possa ser diluído como suco ou adicionado a sucos de outros sabores

Composto bioativo

O principal desafio foi criar um composto bioativo que não afeta as propriedades sensoriais do produto final.

Os melhores resultados vieram na forma de um extrato, elaborado com etanol e água, e de um pó para refrescos, que não altera o sabor do suco ao qual é adicionado.

Segundo a pesquisadora, o trabalho pode se transformar em um produto comercial, eventualmente na forma de microcápsulas contendo o extrato casca de romã, que possam ser adicionadas na dieta em geral, ou mesmo tomadas na forma de um suplemento tradicional.

Veja outros estudos que revelaram benefícios da romã:

Romã pode se tornar fonte de ingredientes antioxidantes
Os cientistas brasileiros também vão estudar o óleo obtido por prensagem das sementes da romã.[Imagem: Cândida Conceição/Embrapa]

Antocianinas da romã

Considerada desde o império romano como um símbolo de riqueza, a romã contém, entre os diversos compostos bioativos, as antocianinas.

Assim como a vitamina C, vitamina E e o betacaroteno, por terem deficiência de elétrons, as antocianinas captam facilmente os radicais livres.

Esses radicais, se produzidos ou absorvidos em excesso, aumentam os riscos para doenças como hipertensão, cataratas, artrite e envelhecimento precoce.

Isso pode ocorrer principalmente quando há demasiada ingestão de bebidas alcoólicas, estresse intenso e muita exposição à poluição, ao tabaco e ao Sol, situações que danificam as células saudáveis.

De acordo com estudos da Universidade de Baroda, na Índia, o fruto tem três vezes mais capacidade antioxidante do que o vinho e o chá verde. Não é por acaso que os povos árabes acreditavam em suas propriedades para fins medicinais.

Compostos da romã

Agora, a Embrapa, juntamente com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está tentando desenvolver novas técnicas para o aproveitamento desses elementos da fruta.

O mercado para a romã no Brasil tem crescido consistentemente, o que tem ampliado as áreas cultivadas com o fruto.

A pesquisadora Regina Isabel Nogueira, da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro), espera obter a antocianina e outros compostos bioativos concentrando-os e estabilizando-os por microencapsulação por um processo chamado spray drier.

Nesse processo, pequenas gotas de material líquido são recobertas com um fino filme protetor.

Os materiais microencapsulados (material ativo ou núcleo) são envoltos num material formador de filme (material de parede ou agente encapsulante) onde cápsulas extremamente pequenas podem liberar o conteúdo de forma controlada e sob condições específicas.

Trata-se de uma tecnologia inovadora que tem sido empregada com êxito na indústria de cosméticos, farmacêutica e alimentícia.

Óleo de romã

Também será estudado o óleo obtido por prensagem das sementes da fruta com o objetivo de caracterizar o perfil dos ácidos graxos e as propriedades que possam interessar à indústria de alimentos.

A pesquisadora ainda prevê a opção de cristalizar a casca da romã, expondo-a em contato com a calda de açúcar para reduzir em até 50% o teor de água. Com isto, a fruta aumenta seu tempo de conservação e diminui seu peso e volume, gerando economia no custo de transporte, além de adocicar seu sabor levemente ácido.

Este processo, por ser muito simples, poderá despertar o interesse de produtores como uma forma de apresentar a fruta para consumo de forma semelhante à encontrada hoje por meio do gengibre cristalizado.

Suco de romã pode frear metástase do câncer de próstata

Progressão do câncer de próstata
Pesquisadores da Universidade Riverside, da Califórnia, identificaram componentes no suco de romã que podem inibir os movimento de células cancerosas e a metástase do câncer de próstata.
A descoberta, diz Manuela Martins-Green, uma das pesquisadoras, pode ainda ter impacto no tratamento de outros tipos de câncer.
Quando o câncer de próstata reaparece no paciente depois de tratamentos como cirurgia e/ou radiação, geralmente o próximo passo é a supressão do hormônio masculino testosterona, um tratamento que inibe o crescimento das células cancerosas, pois elas precisam do hormônio para crescer.
Mas, com o tempo, o câncer desenvolve formas de resistir também a esse tratamento, se transforma em um câncer muito agressivo e sua metástase ataca a medula óssea, pulmões, nódulos linfáticos e geralmente resulta na morte do paciente.

Suco de romã contra o câncer

O laboratório americano aplicou o suco de romã em células de câncer de próstata cultivadas em laboratório que já eram resistentes à testosterona - quanto mais resistente à testosterona uma célula cancerosa é, maior é a sua tendência à metástase.
Os pesquisadores então descobriram que as células tratadas com o suco de romã que não morreram com o tratamento mostraram uma maior adesão, o que significa que menos células se separavam, e também queda na movimentação dessas células.
Em seguida os pesquisadores identificaram os grupos ativos de ingrediente no suco de romã que tiveram impacto molecular na adesão das células e na migração de células cancerosas no câncer de próstata já em estado de metástase.
"Depois de identificá-los, agora podemos modificar os componentes inibidores do câncer no suco de romã para melhorar suas funções e fazer com que eles sejam mais eficazes na prevenção da metástase do câncer de próstata, levando a terapias com remédios mais eficazes", disse Manuela Martins-Green.

Genes e proteínas

A pesquisadora afirma que a descoberta pode ter impacto no tratamento de outros tipos de câncer.
"Devido (ao fato de) os genes e proteínas envolvidas no movimento das células de câncer de próstata serem essencialmente os mesmos que os envolvidos no movimento de células em outros tipos de câncer, os mesmos componentes modificados do suco poderão ter um impacto muito mais amplo no tratamento do câncer", afirmou.
Manuela Martins-Green explicou ainda que uma proteína importante produzida na medula óssea leva as células cancerosas a se mover para a medula onde elas poderão formar novos tumores.
"Mostramos que o suco de romã inibe a função dessa proteína e, assim, esse suco tem o potencial de evitar a metástase das células do câncer de próstata para a medula", disse.
Os próximos planos da pesquisadora são fazer testes adicionais em um organismo vivo com câncer de próstata em fase de metástase para determinar se os mesmos componentes que foram eficazes nas células cultivadas em laboratório poderão evitar a metástase sem efeitos colaterais.

Fonte:http://www.diariodasaude.com.br/

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